17 de jun. de 2015

CAPISTA - O profissional que atrai nossa atenção antes da história

Hoje eu convido vocês a conhecerem um pouco sobre um dos profissionais envolvidos na produção dos livros. O autor é a estrela da obra, é claro, mas tem uma série de pessoas por trás das publicações que merece destaque.

O primeiro que vamos conhecer é o CAPISTA. O artista que cria as capas incríveis que chamam a nossa atenção ainda na prateleira da livraria. Para contar um pouco sobre este trabalho, convidamos a Eliane, mais conhecida por Aquila Michaelis, responsável pelas lindas capas da Editora Deuses





A Aquila tem quarenta anos e atua como capista desde 2011.

Aquila quando você se interessou pelo design gráfico?
Em 2008 conheci alguns programas que poderiam me ajudar em um projeto que eu tinha na época. Por curiosidade comecei a mexer e me familiarizar com tudo que eles podiam criar, então resolvi me aprofundar mais, fiz cursos, estudei, me especializei como Designer Gráfico.

Como você chegou na Editora Deuses?
Em 2012, conheci o Sales Rodrigues na Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Na época trabalhávamos para outra editora, todos que faziam parte da equipe dessa editora, marcaram de se encontrarem lá, pois tínhamos contato apenas pela internet. Alguns anos depois o Sales resolveu criar a Editora Deuses e chamou meu marido e eu para fazermos parte da equipe.

O que é mais difícil na criação da capa: quando o autor não tem a mínima ideia do que ele quer ou quando ele já envia suas ideias para a capa?
O mais difícil é quando o autor não tem ideia do que ele quer, daí peço um resumo de no máximo 20 linhas sobre o conteúdo do livro, ou peço a ele para escolher um capítulo, algum trecho que ele ache interessante. Mas, quando o autor me dá total liberdade para criar, as coisas são bem melhores e o resultado final satisfaz o autor e a editora.

Você tem que ler todo o livro para criar a capa? Explique um pouco sobre a dinâmica do processo de criação.
Não. Eu converso com o autor e pergunto o máximo de detalhes sobre como ele imagina a arte final. Alguns conseguem se expressarem bem, mas outros não sabem ao certo o que querem, então leio a sinopse para ter uma base mais ou menos. Na conversa com o autor, o deixo muito à vontade para expressar com todos os detalhes suas ideias. E a sinopse do livro também me ajuda na criação.

Na criação da capa, você vê como mais importante a ilustração ou a tipologia?
As duas coisas precisam ter uma concordância para funcionar bem.

Qual seu gênero de leitura preferido? 
Não tenho muito esse lance de gênero, mas gosto de leitura que atice minha inteligência e me impulsione a pensar e questionar sobre a vida num todo e o futuro.

Qual a capa de sua criação que mais você ficou satisfeita com o resultado?
Foram algumas: 

Inferno Privado-A Máscara de Deus - Volume l e Inferno Privado-Na Sombra do Vale da Morte - Volume ll, do autor Adão Alves




Uma Canção para a Libélula l e ll da autora Juliana Daglio



Arthênia-Dias de Luta - Volume l, do autor Fábio Carlo Uriel, 
Magdalena, do autor Guilherme Schreiner e
O Silêncio da Fenix, do autor Alexandro Gruber, lançado pela Artifício Editora, (essa capa foi só a arte que fiz).




Qual a melhor capa de livro que você já viu até hoje?
Vejo algumas capas como uma verdadeira arte, principalmente as de fora do Brasil.

Pensando no momento da compra, uma boa capa, salva um livro ruim? 
Uma boa capa, na minha opinião, pode até salvar um livro ruim, apenas para "enfeitar" a estante. Beleza com conteúdo ruim não tem valor, é como um sino rachado que perde toda sua majestade.

Uma capa ruim é capaz de transformar um bom livro em fracasso?
Ajuda a fazer com que o público num modo geral não se interesse. Se você chega em uma livraria com aquele mundo de livros, cada um mais "chamativo" que o outro, acredito que seus olhos não vão perceber uma capa ruim. Nossos olhos almejam coisas belas, chamativas e dão pouca importância para algo ruim. Talvez seja só o meu ponto de vista, mas é assim que penso.

Você faz outros trabalhos artísticos, além das capas de livros?
Já participei de bandas, já toquei guitarra, baixo, já fui back vocals, mas no momento estou em busca de novos horizontes e novos desafios.



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